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Para ouvir lendo: “Sound & Vision", do Bowie com o Brian Eno. Tá na playlist da TTMT no Spotify.
Cobrar o que vale
Não foi uma decisão fácil. Tampouco leviana. Pensei nisso por longos meses, fiz uma pesquisa com leitores e analisei muitos dados de audiência dessa newsletter para chegar até aqui. Então, lá vai.
🔔 A partir da edição da semana que vem, em 15/09/2023, a leitura da Tá Todo Mundo Tentando será limitada aos apoiadores que pagam por ela 🔔
Antes de fazer um “ahhhh“ decepcionado, permita-me explicar como cheguei até aqui e como vai funcionar essa nova fase da newsletter. E, claro, sinta-se sempre à vontade para fazer a desinscrição — ninguém é obrigado a pagar por conteúdo que não vai ler. Mas se quiser, pode.
Para começo de conversa, o óbvio: eu sou uma pessoa escrevendo para pessoas, não um robô alimentado por algoritmo. Eu sou escritora e repórter e trabalho na área de branded content de uma news tech franco-brasileira (nem todo mundo sabe disso). O que me sustenta é o que sou capaz de criar. Como essa newsletter.
A newsletter, hoje, vai para cerca de quinze mil pessoas. Há vários motivos para isso e a gratuidade inicial é apenas um deles. Atualmente, a lista de assinantes aumenta sozinha pelo próprio Substack, através das recomendações de leitores. Esse número poderia continuar crescendo por osmose até chegar em vinte mil, trinta mil, etc. Mas o número bruto de assinantes não é o mais importante. O importante é quem realmente lê.
Não concordo com determinações simplistas, tipo “ah, mas é um cartão de visitas” — às vezes é mesmo, mas exposição não paga boleto e, sim, como quase todo mundo, eu tenho boletos na mesa. Além disso, gosto de café caro e de ir ao cinema de vez em quando. E para piorar, o plano de saúde de quem passou dos 45 anos tá pela hora da morte (tem certa literalidade na expressão, risos nervosos). Não vou ser falsa modesta e nem pedir desculpas. Honestamente, estou feliz de chegar aqui.
Minha vida não é mais a mesma de quando comecei a Tá Todo Mundo Tentando, em abril de 2021. A intenção ali era retomar o hábito de escrita após um período trabalhando em outras coisas. Queria me reaproximar do que tinha perdido, como meus temas e minha voz. Escolhi fazer newsletter porque sei que o compromisso com a periodicidade é aspecto chave do formato e isso é importante para mim. Escolhi o Substack pela facilidade de uso. Só. Não pensava em cobrar porque não enxergava a newsletter com dois ou três anos de vida. Não fiz nenhum tipo de plano. Estávamos na pandemia e eu só queria fazer algo que me desse alguma alegria. Assim foi.
Escrevi muito nesse tempo. Escrevi sobre voltar a fumar, sobre árvores cortadas, sobre ansiedade, sobre o desejo de largar tudo e viver do que a terra dá, sobre ler, sobre escrever, sobre meus dramas pessoais, sobre minha juventude, sobre um gatinho fujão e uma influenciadora que perdeu a capacidade de dormir. E escrevi sobre filmes, livros, música e sobre São Paulo. Tá tudo aqui em mais de 200 edições — aposto que você já leu e gostou de algumas delas.
Quando a Tá Todo Mundo Tentando fez cerca de um ano e meio de vida, ela passou a abrigar o Guia Pauliceia, um compilado de dicas de SP que faço toda semana, resultado de um projeto criado para o Substack Local entre 2021/22. Sei que muita gente gosta dessas dicas, mas não posso ignorar que esse é um formato que compete diretamente com um monte de conteúdo gratuito no Instagram e aqui no Substack mesmo. Alguns bons, alguns ruins, mas competição de qualquer forma.
Agora, rumo ao terceiro aniversário da newsletter, por mais que eu goste do Guia (e ele vai continuar!) está claro para mim que as dicas não são meu principal produto. Não é isso que vai me manter escrevendo e nem que vai manter vocês assinando semana sim e outra também. O que vai fazer isso é aquilo que só eu posso fazer: a edição de toda sexta-feira.
Demorei para tomar a decisão por receio de que o resultado seja insuficiente, que eu não tenha leitores engajados o suficiente, que o que eu ofereço seja insuficiente — enfim, todas sabemos como é essa sensação da insuficiência cotidiana. Mas se eu vivesse com medo do flop, verdade seja dita, eu não teria chegado em lugar nenhum. Então fé em Exu e vamos em frente. Ou como a gente falava nos anos 90: força na peruca!
Penso nessa mudança como uma forma de manter o volume de conteúdo pago com a qualidade com que vocês estão acostumados. É um passo enorme para mim, e agradeço demais a todos que considerarem a ideia de fazer parte dele se tornando apoiadores.
Muito obrigada a todos vocês por estarem comigo até aqui, e um obrigada especial a quem vai seguir comigo de agora em diante,
Gaía
👀 Como as coisas ficam
💵 Preço
Essa será uma newsletter paga pelos leitores e, portanto, não teremos mais publicidade nas edições futuras.
Se você está numa fase ruim e não pode pagar, mas a newsletter é importante para você, fale comigo no email.
É possível pagar com Pix, fale comigo no email.
Tem um código de desconto para quem fizer a assinatura agora: 20% no plano anual:
🏆 O que apoiadores recebem?
Guia Paulicéia: onze dicas de coisas para fazer em SP (quintas)
Tá Todo Mundo Tentando: um email semanal com crônica, narração e dicas de coisas para ler/ver/ouvir (sextas)
Guia Pauliceia especial com roteiros especiais (mensal)
Consultoria de newsletter para apoiadores dentro do Substack com início em 17/10 (mensal)
Acesso a TODO o arquivo já publicado desde abril de 2021 (spoiler: é muita coisa)
Por enquanto ;)
📤 Estou ciente e não quero continuar
Vá até o final desse email e clique em “unsubscribe“. Ou vá em “Settings”, depois em “Subscriptions”, selecione a Tá Todo Mundo Tentando e clique no grande botão vermelho que diz “Unsubscribe”. Tem um passo a passo no FAQ do Substack.
🪀 Girinho de newsletters
🇦🇷 O centro de Buenos Aires na visão de “Medianeras” na ótima Andanças dessa semana.
😡 É melhor ser alegre que ser triste - mas nem sempre é fácil. Texto certeiro da amiga Carolina Ruhman Sandler na Vou te Contar.
🤹♀️ A maravilhosa Isabelá Tomé detona o disco-conceito da Luisa Sonsa. Eu queria ver mais gente escrevendo assim, com esse abandono feroz.
🤱 A Anne Helen Peterssen (meu Substack crush) escreveu-sobre-escrever uma reportagem a respeito das trad-wifes norte-americanas. Ela é dona do melhor texto no jornalismo cultural hoje.
🚬 O Communion escreveu sobre fumar e concordo com tudo. E avisa que não é patrocinado por marca de cigarro.
👩🎓 ABC da Newsletter em setembro!
Pra quê serve uma newsletter? Por onde começa? No quê prestar atenção? Quais plataformas existem além do Substack? Em resumo: COMO FAZ? Bom, o meu curso ABC da Newsletter tá aí pra resolver essa e outras questões que atormentam quem quer começar uma newsletter, mas não sabe (ainda) por onde começar OU que já tem uma newsletter quer melhorá-la de alguma forma. É seu caso? Então corre aqui, que a edição desse mês acontece em parceria com o pessoal da Escola de Conteúdo: são duas aulas de duas horas, dias 19 e 21/09. É via Zoom, e fica gravado pra quem quiser ver depois!
Para você que chegou até aqui
Pra mim, poucas coisas no mudo são mais lindas que um filme do Hayao Miyazak. “The Boy and the Heron” estreia no ocidente em dezembro.
Tá Todo Mundo Tentando: cobrar
Olá, sou recém-chegada aqui e gostaria de saber como vai funcionar a consultoria. É encontro virtual ao vivo? Obrigada!
Arrasou demais no texto, Gaía! Muito sucesso pra você nessa nova fase na newsletter!
E um super obrigada por citar a Andanças no giro <3