☕ Onze lugares para conhecer a história de São Paulo
Dicas fora do óbvio pela Alana Carvalho, do Viva São Paulo!
Hoje, quem assina o Guia Paulicéia é a amiga Alana Carvalho, editora de cultura do Viva São Paulo, traz onze lugares para se aprofundar na história da cidade — aproveite para seguir as dicas sempre ótimas que ela publica diariamente no Instagram e toda semana aqui no Substack.
“É só começar uma conversa sobre a história de São Paulo que alguém puxa o Pateo do Collegio e os barões do café. Mas, para além da dita pedra fundamental e do café como motor do desenvolvimento, São Paulo tem outras histórias para contar, que podem ser descobertas em visitas aos muitos espaços culturais da cidade. Abaixo, uma seleção de onze deles!”
Alana Carvalho, Viva São Paulo
Arquivo Histórico Municipal
O Arquivo Histórico Municipal de São Paulo tem a função de zelar pelos documentos de valor histórico da administração pública da cidade, e faz um trabalho importante de memória dos bairros. Pouca gente sabe, mas é possível visitar o edifício localizado no Bom Retiro, projetado por Ramos de Azevedo, para visitas guiadas e exposições temporárias.
Casa de Don’Anna
Campos Elíseos foi o primeiro bairro planejado de alto padrão de São Paulo e ainda hoje é possível encontrar remanescentes dos antigos casarões da região. Recentemente, a Casa de Don’Anna iniciou um trabalho de recuperação da história e memória do casarão, abrindo suas portas para visitas guiadas. O casarão, que é de 1914, está muito bem preservado e permite observar, por exemplo, as diferenças entre a área de circulação da família e a área de serviço.
Museu da Energia
Ainda nos Campos Elíseos, vale visitar esse outro casarão histórico, o Museu da Energia, que apresenta a história de São Paulo pelo ponto de vista do desenvolvimento energético e industrial da cidade. O museu é bem organizado e faz um recorte pouco falado sobre a história de SP.
Cemitério da Consolação
Pode parecer estranho para alguns, mas visitar o Cemitério da Consolação é uma grande aula de história sobre a cidade e alguns de seus mais famosos personagens, como Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, Mário e Oswald de Andrade. Atualmente, acontecem visitas guiadas gratuitas aos sábados — tem visita nesse sábado dia 08/07!
Café Canelinha
Ninguém melhor para contar sobre as mudanças do centro de São Paulo do que quem viu tudo de pertinho, né? Se for acompanhado por um café, em uma das mais clássicas e tradicionais cafeterias do centro de São Paulo, melhor ainda! Para conhecer de perto as várias fases e mudanças do centro de SP das últimas décadas, vale tomar um café no balcão do Café Canelinha e conversar com os atendentes que trabalham ali e viram a história acontecer.
Museu da Imigração Japonesa
Você talvez já tenha escutado que São Paulo abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão. Para se aprofundar na história dessa população tão presente em São Paulo, vale demais visitar o Museu da Imigração Japonesa, que fica no 7º andar do prédio do Bunkyo, na Liberdade. É um daqueles museus que surpreendem pela qualidade do acervo.
Espaço Memória Carandiru
Centro de memória pequeníssimo, mas necessário e bastante impactante, que guarda a história dos ocupantes do antigo Complexo Penitenciário Carandiru e nos faz olhar para um dos episódios mais trágicos da história de São Paulo. É necessário agendar a visita por e-mail.
Vila Itororó
Uma vila de 1920 em processo de restauro no meio da Bela Vista e do lado da Avenida 23 de Maio. Atualmente, o local funciona como centro cultural e mistura atividades de memória com intervenções artísticas para todas as idades. Uma vez lá, é interessante observar como as construções antigas utilizavam trilhos de trem para sustentação, além de material de demolição e até carrancas como ornamento nas fachadas das casas.

Igreja do Carmo
Uma das igrejas mais antigas da cidade, a Igreja do Carmo tem dois grandes diferenciais que valem a visita: a fachada teve contribuição do arquiteto Tebas e o teto foi todo feito pelo artista Frei Jesuíno do Monte Carmelo. Resgatando ainda mais a história, quem apontou que a igreja poderia ter trabalhos de Jesuíno do Monte Carmelo foi ninguém mais, ninguém menos que Mário de Andrade, que se aprofundou no estudo da obra do artista, que teve seu ingresso na Ordem Católica negado por conta da afrodescendência.

Museu Judaico de São Paulo
É o primeiro museu sobre a história judaica de São Paulo e grande parte do acervo foi doado pelos sobreviventes do Holocausto e membros da comunidade judaica. O museu, que ocupa o edifício que foi a primeira sinagoga de São Paulo, tem programação diversa com exposições interessantes que perpassam a história de São Paulo.
Museu das Favelas
Idealizado por coletivos, líderes comunitários, quilombos, jovens e artistas periféricos de São Paulo, o Museu das Favelas é a celebração da memória e história viva da cidade! Não é a favela colocada no museu, mas sim um museu feito pelas favelas para todos, para a ressignificação da história e registro da potência dessas comunidades colocadas no centro da conversa. Além de se encantar com as exposições, vale explorar a biblioteca do museu.

Esse crossover foi demais, hein? Quase não carregou aqui de tão pesado. Duas maravilhosas, nós é que ganhamos. Obrigado!
Adorei as dicas!